Por: Marly Gribel
Sr. Ministro Aloizio Mercadante, tomei a liberdade de lhe escrever em nome dos meus colegas, os profissionais da Educação de Minas Gerais.
Temos acompanhado com
muito interesse o discurso que o Sr. vem desenvolvendo a favor da
implementação do Piso Salarial Nacional para valorização dos
profissionais do Brasil. O Sr. reconhece que os salários pagos são muito
baixos, o que desvaloriza a profissão e afasta os profissionais mais
capacitados da área.
O Brasil é um país com
enorme potencial humano, mas as estruturas/ as instituições educacionais
são ruins em todo o Brasil e o resultado é este- um potencial
desperdiçado e uma carreira cada dia mais comprometida e correndo o
risco de desaparecer, ou empobrecer intelectualmente, em função dos
míseros salários que são pagos.
Sabemos que o Sr. promoverá um encontro com os secretários(as), estaduais e municipais de todo o Brasil num Fórum Nacional, inclusive com a participação das entidades que representam os profissionais do magistério e do próprio Ministério da Educação.
No entanto, o nosso
Estado - Minas Gerais - já está em plena campanha no seu Site oficial a
alardear que paga até mais que o Piso estipulado em Lei,
disponibilizando inclusive um link "Dito & feito", em que a Agência
Brasil, ligada ao governo Federal, afirma que Minas já paga um valor
bem acima do novo piso salarial. Isto não condiz em absoluto com a verdade.
O que ocorre é que o
governo de Minas orquestrou de forma organizada o fim das nossas
carreiras, adotando um modelo de remuneração- o Subsídio,
que nada mais é que o nivelamento/ achatamento salarial, com variações
mínimas entre um nível e outro de escolaridade, desconsiderando
inclusive o tempo de serviço trabalhado. Em síntese, o Piso Salarial é
descartado e implantado uma nova forma de remuneração que contraria
frontalmente o que está previsto na Lei 11.738/2008
Outro ponto relevante da Lei que foi desconsiderado em Minas é o tempo extra classe.
Assim como o Piso previsto em Lei este também não é adotado - A
secretária de educação confirma isto no Site oficial do Estado de MG.
A Educação no Brasil até
o presente momento foi palco de inúmeras especulações de todos os
partidos e sempre serve de base para Campanhas eleitorais, no entanto,
redundam sempre em promessas que nunca concretizam, arruinando gerações
inteiras que são submetidas a uma educação de péssima qualidade.
Neste sentido,
acreditamos que o investimento na Educação deve partir de uma coligação
política proactiva e também de riquezas presentes no Brasil e,
repudiamos prováveis medidas/promessas/ advindas de recursos como o do
pré-sal, como o Sr. vem apregoando, porque seria o mesmo que condenarmos
a uma realidade hipotética ou a longo prazo.
Queremos recursos para a
Educação vindos de riquezas reais, palpáveis e presentes no país, que o
Sr. como economista e actualmente ministro da Educação sabe melhor que
nós de onde provém.
Neste sentido,
aguardamos uma resposta positiva deste encontro no Fórum Nacional. Um
retorno imediato para que os Estados cumpram a Lei como ela se impõe e
não como os estados e municípios querem que seja, pois corremos o risco
de comprometermos de forma irreparável a qualidade da Educação no
Brasil, visto que esta é uma das profissões menos valorizados no país e
portanto, menos atractivas no mercado de trabalho.
Ciente que é grande a responsabilidade de sua missão, em função da importância da Educação para o futuro de qualquer nação, subscrevo em nome dos educadores de Minas Gerais.
Fonte: http://gribelm.blogspot.com.br/
Fonte: http://gribelm.blogspot.com.br/
Parabéns pela sua bela carta,cara colega Marly,resta saber se o execelentíssimo sr Ministro Mercadante não vai se deixar enrrolar e esquecer como se calcula as vantagens devidas sobre o piso salarial.Pois a secretaria da educação do nosso país Minas Gerais é mestre em querer convencer a todos que subsídio é piso.Vamos ver qual será o grau de inteligência do ministro,ou se ele vai se deixar levar pela falácia da sehora gazolla. Leopoldina Zona da Mata.
ResponderExcluirParece-me que estou sonhando, sonhando não, tendo um pesadelo, não pensei que fosse estudar e dedicar uma vida a educação para chegar no final de minha vida e ter que assistir a tudo isso!!!
ResponderExcluirVergonha de ser de Minas de ser do Brasil. Povo sofrido que é roubado e enganado o tempo todo. E sem educação de qualidade podemos ter certeza de que essa situação continuará por mais 30, 40, 60 ou um século!??